LUGAR ONDE NADA PASSA

Por ali não passa ônibus, não passa boi
Muito menos boiada
Só passa a vontade de que algo passe
A água passa devagar
Aviões passam por outra rota!

Neste lugar não se conjuga verbo na voz passiva
Como também na ativa, se nada foi ativado
Não há de ter por ali, alguém passante
Porque nada passa, só passam quatro
Mas os quatro não podem se apressar!

Não passa pela minha cabeça parada
A idéia passageira
De que o nome poderia ser mudado
Ficaria passa dois, pois um só
Não teria a coragem de passar!

Por ali não passa ônibus
Nada de boi nem de boiada
Água sem muita pressa de chegar
Dos quatro que não passaram
Dos três que só passaram há tempos passados
Nen-hum, o mais velho, chegou a lugar algum...

Lugar sem futuro, gostaria de passar uns tempos lá
Pois no presente, também não dou passos
Lugar de onde não segue o tempo que ficou por ali
Porque o tempo bandido,famigerado passageiro
Por ali não passa de boatos
Saudades dos lugares que ficaram no passado!

Cruz velho - DF, 15/04/09 - abello