Jogo Surreal
Detenho - me em peças perdidas de um jogo,
Travessas de ruas agora praticam minha escolha,
Não há nada que eu possa temer seguindo as flechas,
Perdida posso estar, mas sei onde fica o final.
Espelho que por tantas vidas me mostrou,
Não sendo fácil encarar as medidas e ângulos perfeitos,
Na mais alta torre do meu castelo posso estar,
Mas há pensamentos fugazes que insistem em me cegar.
Ventanias que por ali passam carregam algo a mais,
Sentimentos que sustentam um corpo interpretado,
Que corre pelas escadas em sintonia fumegante,
E no meio de tamanha fumaça se esconde sinônimo de desejo.
Ah, quem dera estar rodeada de campos cintilantes,
Tragando a beleza de um anil que não se compara,
Fugitiva de um calabouço estaria,
Virando carrasco e vivendo a te adorar.
Fores para mim esse teu corpo desenhado?
Ou és uma coincidência que rasteja em folhas no quintal?
Falta a última peça para difamar o meu jogo,
Vivendo assim em tom surreal.