Jogo Surreal

Detenho - me em peças perdidas de um jogo,

Travessas de ruas agora praticam minha escolha,

Não há nada que eu possa temer seguindo as flechas,

Perdida posso estar, mas sei onde fica o final.

Espelho que por tantas vidas me mostrou,

Não sendo fácil encarar as medidas e ângulos perfeitos,

Na mais alta torre do meu castelo posso estar,

Mas há pensamentos fugazes que insistem em me cegar.

Ventanias que por ali passam carregam algo a mais,

Sentimentos que sustentam um corpo interpretado,

Que corre pelas escadas em sintonia fumegante,

E no meio de tamanha fumaça se esconde sinônimo de desejo.

Ah, quem dera estar rodeada de campos cintilantes,

Tragando a beleza de um anil que não se compara,

Fugitiva de um calabouço estaria,

Virando carrasco e vivendo a te adorar.

Fores para mim esse teu corpo desenhado?

Ou és uma coincidência que rasteja em folhas no quintal?

Falta a última peça para difamar o meu jogo,

Vivendo assim em tom surreal.

Priscila Czysz
Enviado por Priscila Czysz em 05/01/2012
Reeditado em 22/01/2013
Código do texto: T3423181
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