Des-ânimo

Fitar o vazio de olhos abertos no escuro

A mente divagando em sombras

No completo desapego

Esperar o escoar das horas

Fixando os ponteiros do relógio

Num movimento infinito

Afogar os soluços no silêncio

Continuamente pulsando

Dentro da angústia no peito

Esperar que nasça a aurora

Para que o dia renasça

Dentro da mesma rotina

Lisboa, 2/12/2003