Segredos ao Mar

Ando precisando de momentos novos,

E que explodam de minha mente em enorme feitio,

Todos precisam de uma nova página, até de um novo livro,

Os anteriores já estão surrados, com manchas de sangue.

Andei fazendo irrealidades perpétuas e quase nulas,

Disse verdades que molharam a face de outros e o meu coração,

Meus pés tocaram em cima de um muro que reluzia a noitada,

Estive a beira de me jogar de algo que eu não conseguia ver.

Toque minhas entranhas e me fale cativações no ouvido,

Assim como corresponderei ficarei leve naquilo que me intensifica.

Escrevo segredos em pedaços de papel e os jogo ao mar,

Realmente não há como controlar o que se purifica,

Talvez aquele papel escrito à deriva chegue nas mãos de um alguém,

Mas por estar impregnado com o sal ali presente,

Represente amarguras de alguém que um dia se deteve,

E que hoje não dá importância a aquilo que um dia lhe fez mal...

Então surgem perguntas de como tudo parecia velho e novo,

Algumas se perdem, ficam sem uma resposta concreta,

Desfazem - se no vento e retornam tempos depois,

Quando eu já não apta, não pude responde - las.

Parece que tudo desanda, a linha reta forma um círculo,

Obrigo - me a andar por ele até ficar sem forças,

Dentro de um poço infinito deposito o que já foi útil,

Bonecas, livros, amores, tristezas, e velhas lembranças.

Não há razão que consiga explicar,

A emoção está doente, não toma conta do lugar.

O que há de errado então?

Quanto mais finjo acertar, os erros me deduram.

Mas peço para que segure minha mão nas alturas,

Elas me causam arrepios notórios,

Agora, segredos tornam - se escassos,

Dedilhando os um a uma com sabor de frescor.

Priscila Czysz
Enviado por Priscila Czysz em 11/01/2012
Reeditado em 21/01/2013
Código do texto: T3434910
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