Maquiagens Desmascaradas

Maquiagens Desmascaradas

As flores mortas às quais aparentavam ofuscar redenção do teu olhar

Foram os absintos que envenenaram os incontáveis cálices de meu ser.

Apagaste com tua indiferença minha fé em tudo, e neste vil entorpecer

Da minha alma, meu corpo apenas só acredita em de tudo desacreditar.

Beber o amor de querer sempre te odiar não te jamais transformas

Neste ser cujo navio não nenhuma tempestade interna e externa supera.

A sublime alma nunca o amor, as vitórias e descobertas dos outros espera,

Pois constrói dentro de si seus verdadeiros paraísos e suas nobres normas.

Teu amor, teu ódio, e tuas tristezas por si mesmas são

Mentiras, desculpas e sensações racionalizadas pelo teu pensar.

Teu rosto aviltado é o abismo da perdição que finges condensar

Teus fins e causas egoístas camuflados de pura ilusão

De que ninguém consegue compreender as angústias que dizes sentir.

Teus olhos tristes apenas ocultavam os vácuos de tuas luxúrias;

Contudo teu ser só colidia nos abismos das indiferenças e fúrias,

Que até hoje a insciência de tua mente zomba sadicamente em ti.

Te olhas no espelho e não encontras quem querias,

Teu coração apalpa com lágrimas teu rosto tão desvirtuado

Por todas as inocências que gritam das almas que tens ludibriado,

E mesmo assim é pulsante e ávida essa tua ausência por quem serias.

Te sentes incompreendida e sufocada pelos teus pais e até por Deus,

E te achas desamparada pelo mundo, pela vida e teus amigos.

Finges não perceber que tuas escuridões moram em teus próprios eus,

E todos os teus paliativos, baluartes e ideias são ilusórios abrigos.

Se queres enganar a ti mesma, continues a achar que pensas!

Engodar os sentimentos dos outros ameniza tuas dores?

Os caminhos que escolheres não modificarão quem tu fores,

Quem tu foste, e nem a estupidez de tuas decadências imensas.

Tua melancolia é tão clichê, tão óbvia, e pateticamente artificial,

Como tudo o que afirmas detestar, desconfiar, e não quereres ser.

Te afundas em falsos oceanos, a fim de que possam se compadecer

Destas tuas maquiagens impregnadas deste teu falso vazio existencial.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 18/01/2012
Reeditado em 18/01/2012
Código do texto: T3447882
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