Vamos pro Sul

Cansado dos beijos que não me davas

Lívido pelo excesso de sangue frio

Desamarrei os nós que amarravam

A boca do funil da alegria.

Por que investir o tempo em coisas bobas?

É como envernizar o próprio ataúde

Teria te dado mais do que você me rouba

tentei te avisar quando eu fui pro sul.

Que queres, aprendi a mal viver de contos

Pintando auto-retratos ao portador

Se falta emoções eu as invento

A madrugada não tem coração.

A salsa de tomate das feridas

Se corta com um chute de vaidade

Os passaros não entendem de despedidas

Nem deixam prisioneiros quando se vão.

A crista dos galos sem galinheiros

Pra caldo de canja de um dia depois

Ontem não me queria

Hoje não te quero

Amanhã não teremos a quem querer.

Não infrinjas a lei

Muito menos na rua

Eu disse: sei la, para um cidadão de bem

A falta de substancia, sobram detalhes

Da estação da França já não sai trem

A madrugada não tem coração

Não tem coração

Vamos pro Sul.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 24/01/2012
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