LETARGIA

Eu fico num estado letárgico e meditativo,

Ausente do mundo que gira ao redor,

Pensando num sentido melhor,

Para que a vida me apresente um motivo...

Motivo da existência, da força pra continuar,

Uma meta na vida, sem que seja a barriga,

Sem que tenha que se pensar na fadiga

Da lúgubre rotina que me faz sufocar.

O cair da noite, o findar do dia,

Mais um cíclo se completa,

O negrume do céu; uma seta

De dor, de alma vazia.

O quadro que se me apresenta na janela:

As vezes, no breu, rútilo do céu constelado,

E ao piscar os olhos, logo está nublado,

Então retorna a sensação da procela.

E a alma vai cavando fundo o desejo

De falar, de tocar, de tua face beijar,

E quando chega no imo do mar,

Logo quer emergir num lampejo.

Visto que não se achou no mais profundo

A reposta para a procura de teu ser,

Se irei te reencontrar e tua face rever

Antes que eu me vá deste mundo.

E quando retorno para a realidade

Dum sonho acordado, de meditação,

O meu desapontamento pela ilusão,

Num hausto sinto lancetar de saudade.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 17/02/2012
Reeditado em 17/02/2012
Código do texto: T3503834
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