MORTE E RENASCIMENTO
 
Esvai-se a emoção em lenta morte,
silenciam os sentidos em gemidos.
Sem entender do porque, desatina a razão...
Sentimentos entregues à própria sorte,
apodrecendo na ímpia solidão, 
lodo da angústia os consumindo.
Rastejam  momentos vividos,
meu mundo aos poucos ruindo...
 
Seca as entranhas na longa agonia,
infecundo é o ventre profanado
pelo vil gozo do desamor,
infértil, árido, mutilado
na sombra obscura do dia.
Qual vitral estilhaçado... Sou dor!
 
Ah! Como foi leviano seu querer!...
Vestindo hipocrisias e fingimentos,
palavras vãs arrastando-se
para a súbita condição de não ser.
Pesada cruz, sina quase mortal
que à escuridão conduz,
acorrentando alma em sentença final!
 
Caiu à máscara, triste imagem se fez...
Desprezo sua mesquinha face de egoísmo
e perante sua tamanha pequenez
deposito flores sobre a lápide fria,
danço sobre os sonhos caídos.
 
Dou adeus ao triste passado,
não cairei no abismo!
Vou em caminho contrário...
Das lágrimas às contas do rosário,
sei como encontrar a força da luz,
onde o padecer transmuta-se em preces
e surgirá o sopro do Renascimento
Nas Mãos Daquele, que nunca nos esquece!
 
12/01/2007
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 19/01/2007
Reeditado em 21/10/2009
Código do texto: T352478