Negros-castanhos e Mero Santo

Dos poucos momentos vividos

mesmo que breve e estranhos;

O tempo naõ deixa esquecido

aqueles cabelos negros-castanhos.

E desse vividos momentos

porventura,macios e longos;

Misturando-se a seus pensamentos

deixando o meu ''eu'' ditongo.

Refazendo o tempo e o espaço,

deixado pelos ombros escorrer;

Até a metade de seus braços

negros-castanhos a envolver.

Sedosos e soltos pelo ar,

com perfume floral e adocicado;

Como brilho do sol no mar

e as vezes lisos e vezes cacheado.

Como a face envolta por cachoeira

no frescor da manhã mansa;

A imensa e bela cabeleira

lhe dava beleza e segurança.

Recebendo luz do sol e luar

ou mesmo saindo de seu banho

fazendo-te ao mundo encantar

e a certeza ilusória ao sonho.

O ego do grande e pobre sonhador

entregue ao tamanho e belo encanto,

parecia nem conhecer o amor

como seu próprio nome fazendo-se de Mero Santo.

Pensava ele, todo sofrido dia:

''Quero nesses negros castanhos me enrroscar!

E para também ter alegria

vou ensina-los como é amar.''

Porém negros-castanhos já tem dono

e ele o guarda além do coraçaõ.

Mero Santo toda noite perde o sono

em pensar,pensar;só ilusaõ!

Mero Santo de paixaõ entaõ chora,

Mero Santo ainda com fé reza.

Negros-castanhos somente o ignora,

mesmo assim ainda o preza!