O fim do nosso amor

Tu me julgaste - isso me magoou,

Do julgar em si, nem franzi o cenho,

Mas porque o fizeste pelo que tenho,

Desconsiderando o que deveras sou.

Vai-me pel'alma o sangue que escoou

Conquanto ser julgado inda suportaria,

É certo que toda ferida se cura um dia,

Mas foi golpe fatal: o amor se acabou.

A morte ceifa o que havia entre nós dois,

Mas o sangue escorrido rega minhas raízes,

Se juntos não pudermos ser felizes,

Sozinho, não deixarei a vida para depois.

E faço de cada escápula uma bainha,

Guardando as facas que tu me deste,

Um cabo me aponta o norte, outro o leste,

Renovado, persigo outra sorte, vida minha!

Weber Palmieri
Enviado por Weber Palmieri em 12/03/2012
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