O fim do nosso amor
Tu me julgaste - isso me magoou,
Do julgar em si, nem franzi o cenho,
Mas porque o fizeste pelo que tenho,
Desconsiderando o que deveras sou.
Vai-me pel'alma o sangue que escoou
Conquanto ser julgado inda suportaria,
É certo que toda ferida se cura um dia,
Mas foi golpe fatal: o amor se acabou.
A morte ceifa o que havia entre nós dois,
Mas o sangue escorrido rega minhas raízes,
Se juntos não pudermos ser felizes,
Sozinho, não deixarei a vida para depois.
E faço de cada escápula uma bainha,
Guardando as facas que tu me deste,
Um cabo me aponta o norte, outro o leste,
Renovado, persigo outra sorte, vida minha!