A Máscara

Tire seu capuz de mentiras

Aproxime-se,

E mostre seus olhos carcomidos

Veja, continuo no estábulo

E o feno é ainda mais confortável

Que seu discurso ultrapassado

Você não quer mais me dirigir

Você não quer mais me salvar

Encostado estou no encontro triangular

Altivez refletida em meus olhos

Já não mais me fascina sua pretensa superioridade

Diga-me,

Onde lançamos seus valores morais

Diante de nova realidade antropológica

Deixe-me, portanto

Sujar os cabelos no barro da criação

Melhor é permanecer na cegueira

A ter de ouvir apenas a sua verdade

Eu sei, tão útil já não é a sinceridade

Eu sei, tão fácil já não é resistir

Enfim, já não tardio deterioram-se os princípios

Enfim, já não tardio eis irrompe verdadeira face

Mais e mais abaixo,

Inalcançáveis tornam-se os fundos dos meus bolsos

E meus títulos apequenam-se sob novo julgamento

Tudo em doses demasiado intoleráveis

Para assistir a execrável espetáculo

Que traz a queda de sua máscara

Isaque
Enviado por Isaque em 24/03/2012
Código do texto: T3572497
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