UM GRANDE AMOR?
Um grande amor?
Agora só sei da dor...
Imaginação a tecer
Tal láudano a nos entorpecer
O amor não resistiu, faliu
Em um átimo desmoronou
Nada ficou, nada restou
Mesmo a amizade ruiu
Pois verdadeiramente nunca existiu
Coisas da idade?
Talvez, pois almas
Em plena (sic) mocidade
Dúvidas a colher em palmas...
Respostas? Nenhuma...
Pleno disfarce, ora...
Desentendida agora?
Lembrança alguma?
Nietzsche, quem diria
Disto experimentou, já sabia
Por mais ofensiva a palavra
Ou grosseira a carta, são
Mais educadas, de melhor lavra
Que o silêncio, sepulcral, então...
O que não se diz a causar vem maiores
Dores, mágoas, até mesmo rancores
Que pelo que se diz com intenção de bem
Esclarecer algo que tenha machucado também
Nada mais posso fazer, não posso mais esperar
Como no teatro lancei deixas, mais de uma
Asfixiadas todas as esperanças, numa
Atitude com finalidade de plenamente aniquilar
Tudo o que senti, sinto ou sentiria
Não sei se por ordem de outrem ou maestria
Esperei e esperei e esperei sentado
A olhar o ecrã, a buscar ávido, identificado
Alguma coisa, mínima que fosse, uma renovação
À minha esperança, que fosse minha imaginação
Armadilha de minha mente, louca de paixão
A causar-me nítidos pesadelos, imensa confusão
Mas, hoje, sei que é a mais pura realidade
Nenhum pesadelo, surto psicótico, nada então
Apenas uma convicta sensação de severidade
Enterrado vivo com toda a emoção
Saída última aqui se aproxima, no mês
Que outrora julguei mais cruel de todos
Minha partida será assim também de vez
Deixo-a da mesma maneira, mesmos métodos
Não se trata de revanche, de nada não
Digamos que finalmente aprendi a lição,,,