SEM CHANCE DE RETORNO

Eu vi sumir um amor

Como some uma flor

Num dia quente,

Na força do vento

Do desolado nordeste,

Com sotaque do agreste,

Que tanto me encantara

Num só pensamento.

Ela se foi como um sonho

Num dia tristonho,

Na asas da ilusão

Que a canção entoa

Cantando as dores

Salpicadas em flores,

Que fere a candura

Que com pétalas magoa.

Mas se o amor

De prazer e dor

Viver o seu dia,

Chorando e rindo,

Guardando lembrança,

Sem esperança

De ver a face

Da rosa se abrindo.

Em pensar que um dia

Ao teu lado dormia

O meu corpo robusto

Junto ao teu delicado,

Na noite escura

Era do fado uma jura

Que se podia perder

Do coração alado.

Mas se morre a flor

De tanto calor

E de muitos espinhos,

Nasce um renôvo

Que traz da vida a luz

Que eu mesmo compus

Me solevando a cabeça

Fazendo-me vivo de novo.

Ouvi da sua própria boca

A frase mais louca

Dizer que tudo acabou,

Nos dias outonais,

A folha seca adejando,

Um pássaro chorando

Um lamento lúgubre:

Retorno jamais!

(YEHORAM)

.

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 10/04/2012
Código do texto: T3604566
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.