Olhos

Vejo o mundo com esses olhos sofridos e chorosos, que tantas lágrimas já derramou que tanto sofrimento já viu.

Com esses olhos tristes e chorosos vejo você passar com aquele que um dia tanto te magoou, e que hoje você volta aos seus braços e finge que nunca me conheceu, já não responde minhas sms, finge que não vê esses meu olhos que por você tanto choraram.

Meus olhos hoje doem, inchados e sem brilho, vermelhos de tanto chorar, sinto muito em dizer que meus olhos só querem enxergar você.

Olhos vermelhos, com inchados, com dores, não se enxergam no espelho, meus olhos são teimosos, eles te veem passar e fazem deles mesmo chuva brotar.

Vejo com esses olhos tristes, e os olhos levam junto com o meu coração a tristeza do sentimento perdido por você e encontrado comigo, não sei viver sem olha-la, acordo todas as manhas pensando em vê-la, mas ao enxerga-la me sinto nostálgico e não tarda muito a nostalgia toma forma, e esse forma escorre pelos meus olhos que tão tristes a veem passar.

Com olhos vermelhos de tanto chorar, com uma lembrança do sonho, vejo no espelho meus olhos pesando, meus olhos vermelhos, mas é tão estranho, porque no passado lembro-me que eles eram castanhos escuros, quase negros, mas hoje são tão vermelhos.

No passado, esses olhos que hoje olham e veem tristeza, no passado brilhavam ao ver os palhaços no picadeiro, esses olhos encantavam-se ao ler as poesias de alegria e perguntava como algumas pessoas podiam escrever poesias tão tristes, mas hoje quando meus olhos vermelhos veem poesias descrevendo o amor sinto-me lendo uma utópica sinceridade.

Disseram certa vez que meus olhos eram dadivas, que enxergavam o amor, e descrevia de forma tão bela o medo, o desejo, o amor, agora lendo minhas poesias passadas, meus pensamentos infantis, noto que meus olhos envelheceram, foram obrigados a retirar-se do campo de batalha no momento decisivo, e graças a isso a guerra foi perdida.

Esses olhos que certa vez foram castanhos escuros e alegravam-se em ver o amanhecer, criam que um dia esse amanhecer seria eu e você.

Hoje enxergo apenas o Eclipse parcial, em que apesar de todos verem que estamos juntos, nunca estivemos tão separados, porque entre mim e você há uma lua que apesar de pequena impede a sua luz de chegar ate mim.

Oh meus olhos, sinto falta da cor que tinhas, dos sentimentos ternos que viu, sinto falta de quando não eras pequeno, vermelho, e tão choroso.

Olho-te novamente, no mesmo ponto em que pegamos ônibus, é engraçado, mas creio que meus olhos hoje enxergam a verdade, nos nunca pegamos ônibus juntos, sempre ônibus separados, talvez nessa vida não seja pra ser, talvez nessa vida eu e você sejamos pra sempre olhos diferentes.

Seus olhos brilham ao enxergar aquele que no passado tão maldosamente te feriu, hoje vem e você e diz que foi um erro e que ainda te ama.

Já os meus olhos choram ao vê-lo novamente te enganando, ao vê-lo olhando e acariciando os olhos que no passado eu tão tolamente pensei em fitar de perto.

Fita-te de longe, vejo a chegar ao ponto e penso hoje ela vai vim falar comigo, mas novamente você passa direto e esquece-se de me olhar, olhar meus olhos que choram pelos seus olhos não olharem tão profundamente os meus.

Como quero olhar seus olhos e que entre eles poesias sejam descritas, momentos sejam ditos, queria somente que nossos olhos conversassem entre si, pois eu não tenho palavras para descrever o tamanho da minha solidão.

Olhos os meus olhos no espelho, e penso, um dia meus olhos foram castanhos, hoje são vermelhos, tristes, chorosos, solitários, são olhos de um poeta.

Meus olhos veem a beleza, pois a beleza existe em qualquer situação, mesmo que essa situação tenha transformado os meus olhos castanhos, brilhantes, alegres e amorosos em olhos vermelhos, turvos, tristes, solitários.

Meus Olhos chorosos enxergam você amando aquele que um dia te magoou!

Dhymas DuGuetto
Enviado por Dhymas DuGuetto em 13/04/2012
Código do texto: T3610204
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