UM DIA QUE SEMPRE FOI

60 mil anos,

tantos.

Cro Magnon.

Transição selvagem absoluto,

Homo Sapiens, natureza susto.

Rosto largo,

feições inteligentes, finas.

corpo grande proporcionado,

pernas fortes, mais compridas.

Adaptadas à caminhada ou corrida.

Ar livre,

finda glacial,

clima favorável.

Festins, celebrações,

lares cavernícolas,

santuários de relíquias.

Evolução,

idéias raras,

pedras lascadas.

Utensílios, roupas,

armamentos, vanguarda.

Comida farta, agora dissecada.

Dos restos, ossos.

agulhas, arpões, anzóis,

utensílios refinados, preciosos.

Marcante,

passada marcada,

teto caverna pintada.

Maravilhosas policromias,

desenhos, oráculos: Laucaux, Altamira.

Pinturas resistentes,

tempo presente, passado.

Técnica mistura inigualável,

veados, ursos, cavalos, bisões, retratados.

Como se não bastasse,

perpetuaram-se tempo-idade,

incrível fase, marco- esculturas,

barro, osso, marfim, pedra bruta.

Da Vênus de Laussel,

à instigante Willendorf,

também a de marfim em Lespugne.

Até a mais fantástica de todas as peças.

Um rolo tipo impressor, chifre de veado,

que imprimia ad aeternun em argila maleável,

fantásticos refinados esboços, animais variados.

Podendo reproduzir essas imagens quando assim desejassem.

Nova era glacial.

Abandono vida céu aberto,

sedentarismo forçado degenerando a raça,

caça fugidia, escassa. Perda inesperada fatal,

igual ao seu antecessor o Homem de Neanderthal.

Neste espaço,

novos povos,

mesmo caminho, trilha ocidente.

Menos eficientes, inteligentes, progressistas,

guerreiros toscos, robustos, iniciam novas conquistas.

Dispersão,

os que ficam, miscigenação.

pura tecnologia bélica, pouca arte,

formando futuro conceito, humanidade.

As guerrras,

sempre elas.

Séculos per séculos.

Os explorados cada vez mais

sugados, oprimidos, subjugados.

Até que todo honoris furto mundo,

tanto o selvagem como o civilizado,

pelo ódio racial ficou de vez envenenado.