CAMINHO PENOSO
O dia nasce meio desafinado,
dando um tom embriagado
a um reinício abalado
pelo meu espírito consternado.
Jardins orientais do meu delírio esperançoso,
enchem de lírios meu caminho penoso,
pulverizando dores de um odor seguro,
que aliviam o mais puro medo do futuro
sem o teu olhar impuro.
Canto Gonzaguinha,
leio Hugo Denizart,
tentando me aperfeiçoar na arte
de esquecer o não te ter.
Vou fundindo crenças nessas verdades
até a chegada da tranqüilidade,
que virá devagar com destreza,
como as gôndolas de Veneza,
me trazendo a realidade,
de que valeu o preço
da minha viva liberdade.