Ferida

Sangro o sofrer em meu peito

contido em seu amor... perdido

deter não posso mais a poesia

desfalece em minhas mãos frias.

Sangro eu pela ferida úmida

esvaindo-me de mim em lágrima

calando-me no grito em seu nome

esperando trazer-te mais uma vez

agarrando-me ao teu último olhar

minha voz, fraca, por mais que evoque

cala no derradeiro amanhecer

e o meu peito me faz parar.

Não posso eu mais deter a poesia

nem o falecido amor em tuas mãos frias

Pois sangrei em meu peito tal ferida

e calei-me no silêncio do teu nome

não posso mais te fazer voltar

te perdi em seu último olhar.