DESENCANTO

É noite...

Tento banir o tédio

Que se apossa do meu ser.

Percorro outros caminhos

Numa viagem fantástica

Através da imaginação.

Espectros e sombras contrastam na mente

Desvelando vultos incontestáveis

Dor, saudade, revolta

Um misto de bem-querer e angústia

Dilaceram-se em profundas mágoas

Dilúvios de pranto, banham a face límpida

O olhar se perde na escuridão da vida

O que passou ficou para traz

Mas ainda não foi de todo dizimado

Restaram imagens, dissabores, desilusões

E em cada uma das noites que se transcenderam

Um a um desfilam garbosos

Na passarela dos sonhos

Enternecidos no tempo,

Mas resumidos em apenas um vocábulo:

_ Amor!