O POEMA TOLO

Massacres à parte, aqui vou eu endereçado a coisa alguma

Rogando que suma de uma vez por todas essa eterna aparição

Que não me estende a mão, que não me deu razão nenhuma

Mas que em minh'lma espuma no sal que farta o mar da minha solidão!

Cessem em definitivo os seus ataques de aguda indiferença

Porque a grande e única diferença está no fato que lhe pouco importa

Já que não me conforta a sensação de que em mim nem pensa

Então imploro que me vença para que essa doença saia pela porta!

Levando o beijo que não me foi dado e esse poema tolo nunca lido

Impondo ao vento dolorido que tenha piedade dessa lágrima cansada

A fim de que socorra outra morada e constitua um novo louco iludido

Em suas fraturas escondido pra ver sua desilusão curada!

Que no final é tudo que de fato mais importa ao meu destino

Segue a procissão no badalar do sino, segue o anúncio do estopim

Que vou também seguindo assim: morrendo, lutando e mentindo

Chorando sempre que sorrindo, fingindo que esse amor eterno teve fim!

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Reinaldo Ribeiro

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/08/2012
Reeditado em 05/10/2021
Código do texto: T3810906
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