Enfado

Cansam-me as limitações desta vida.

Angustia-me saber que tão pouco

Pode-se fazer para conter o destino

Cruel e incerto.

A vida toma caminhos

Que não podemos controlar,

E não sou eu o guia deste transporte

Forte e violento.

Antes, sou mero passageiro

Entregue à mercê de meu condutore

Que ora se importa com meu (des)conforto

Vil e necessário.

E então, tudo é limite e barreira.

As portas são de ferro e não há janelas...

E o condutor está alheio à minha condição

Saudosa e triste.

Eu volto para dentro de mim mesma

Buscando transpor barreiras... limites

E encontro uma lágrima ainda morna:

Ansiosa e deserta.

Renata Lopes
Enviado por Renata Lopes em 14/02/2007
Código do texto: T381152