Enfado
Cansam-me as limitações desta vida.
Angustia-me saber que tão pouco
Pode-se fazer para conter o destino
Cruel e incerto.
A vida toma caminhos
Que não podemos controlar,
E não sou eu o guia deste transporte
Forte e violento.
Antes, sou mero passageiro
Entregue à mercê de meu condutore
Que ora se importa com meu (des)conforto
Vil e necessário.
E então, tudo é limite e barreira.
As portas são de ferro e não há janelas...
E o condutor está alheio à minha condição
Saudosa e triste.
Eu volto para dentro de mim mesma
Buscando transpor barreiras... limites
E encontro uma lágrima ainda morna:
Ansiosa e deserta.