O rio que ascende a minha alma morta

Tem poesia demais no mundo

Não quero ser inconveniente

Não estou tratando de negócios

Com o espírito do Nelson Rodrigues

Mas esta tudo ferrado

Estamos no baixo nível

Tem poeira demais nos olhos

De um lado: pervertidos ,viciados e lunáticos

Do outro: violados,vagabundos e esquizofrênicos

Sentir na pele ou vigiar os muros

As pessoas querem

Que a religião pense por elas

Aja por elas,as alimente e as proteja

As palavras não se juntam ao acaso

Literatura de pernas abertas

Já mordi a ponta da caneta

Se você não come,você morre

A gente é usado sem prazer

Chupado até osso

Depois jogado fora

Coisa com coisa

A maioria do que se pensa

Um monte de frases mudas e fracamente racionais

Não significa nada

E a mente dança nas prateleiras das livrarias

Desejos e sonhos impróprios

Se fala palavrão é mal educado

Pode criticar os símbolos

Sem verso bonito nem positivo

Não tenho medo do polegar para baixo

Isto interessa só a quem quer dinheiro

Sentimentos podem ser manipulados

Mas a alma do poeta é pura e malígna

Tem um copo e uma lata de cerveja na mesa

Mas perdi a vontade de beber

Então ponho vírgulas no papel

Angústia e fastio

Uma fração da cidade dorme

Outra nem sei o que faz

O circo esta armado

A cabeça pesa para baixo

O corpo quer descanso e travesseiro

Sei que não resolve

Deixo o livro de haikai fechado

Apago a luz,o tempo acabou

Ouço a noite

Um carro passa,um cachorro late

O mundo é uma grande fornalha

No fim só restam cinzas

Por cima de todas as lembranças

carlos assis
Enviado por carlos assis em 26/08/2012
Reeditado em 27/08/2012
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