PERDÃO

PERDÃO

Hoje eu quero me pedir perdão:

perdão por amar desmedidamente pessoas que não me amam e que não merecem meu amor pródigo, amor que não se extingue em si, que vive em expansão, subvertendo os limites para subsistir.

Quero pedir perdão por infringir a lei do equilíbrio em busca do prazer fugaz, que acreditei ser estável e não fugidio.

Perdão por ser ingênua e criar ilusões.

Perdão por acreditar em lobos disfarçados em cordeiros.

Perdão por arrematar decepções e sofrimentos em buscas desenfreadas e loquazes.

Quero pedir perdão e obter a compreensão de que

a vida nos ensina por meio de tropeços,

que a vulnerabilidade nos ajoelha perante a humildade.

Neste doloroso exercício somos forçados a reconhecer o quanto somos frágeis, solitários e crédulos:

cremos naquilo que escolhemos ser a nossa verdade, mesmo que a genuína verdade nos cegue de tanta obviedade.

Como somos indefesos, carentes, sem freios, loucos por paz, entretanto, fogueamos a guerra interior com escolhas erradas, com insistências dementes e insanas.

Quero pedir perdão pelas minhas fraquezas,

atrapalhadas e desencontros,

porque meu álibi é o amor

Que minha sentença venha em forma de discernimento!

E a felicidade a remissão dos meus pecados.