Dignidade?

O que pensar?

Como alguém pode falar de dignidade filosófica?

de dignidade na família

de dignidade na profissão

de dignidade na educação

de dignidade no juramento

de dignidade no amor

de dignidade na vida

de dignidade no ser

se ao invés disso

esquece da filosofia

esquece da profissão

esquece da educação

esquece da família.

O que pensar?

Como alguém pode falar em diálogo?

se irrita aos gritos

se quebra vidros

se bate as portas

se joga as coisas

se machuca todos...

a filha vai parar no hospital

a mãe vai parar no hospital.

O que pensar?

Como alguém pode falar em cuidar de sua filha

se não respeita nem as filhas dos outros

ao invés de promover a formação de cidadão

quer promover a formação de meninas-mulheres.

O que pensar?

como alguém pode falar que cansou de sua família

se na verdade nem a aceitou?

não quis ser marido,

não quis ser pai.

não quis ser trabalhador,

quis e quer ser sedutor.

O que pensar?

como alguém pode falar que a culpa são de adolescentes

que fazem brincadeiras...

se ainda elas nem se conhecem?

não para e pensa que quem provocou tudo foi ele mesmo,

que as brincadeiras trouxeram marcas e feridas.

que venham os bilhetes,

que venham as cartas de amor,

que venham as ligações,

que venham os e-mails,

que venham os blogues,

que venham os twitteres,

que venham as ameaças,

que venham as chantagens,

que venham as provocações com seu corpo,

que venham as roupas e poses sensuais.

Tudo pode aparecer anônimo,

tudo pode ser rasgado e apagado,

mas tudo pode ser pesquisado, investigado, encontrado

e nada pode apagar o esforço e dedicação de uma mulher,

o carinho e amor de uma mãe,

o companheirismo e a fidelidade de uma esposa,

nada pode apagar o choro de mãe e filha,

nada pode apagar o que aconteceu,

nada pode apagar a verdade.

Brincadeiras?

Desde quando destruições são brincadeiras?

Desde quando humilhações são brincadeiras?

É justo quem as fizeram e quem aceitou sairem ilesos?

A questão não é a vingança e de divulgar a verdade escondida.

É justo uma mãe perder o estudo, o emprego, o dinheiro, a saúde, a filha?

É justo uma mãe perder os amigos, a família, a própria dignidade?

Provas?

A verdade, mas como dói e é difícil para alguém falar a verdade

quando se fere a própria dignidade.

E a dignidade do outro? Que se dane? E o que a outra pessoa fez para manter a sua dignidade?

Como pode alguém conseguir dormir sem pensar que destruiu a dignidade do outro que levou toda a sua vida para contrui-la.

O que é justo?

O que é dignidade?

O que é dignidade filosófica?

O outro que fala em dignidade não tem nem coragem de assumir os seus atos.

Que venham os fatos!

Que pela bênção de Deus venha a verdade.

Que venha a dignidade.