DESILUSÃO.
Hoje eu vi na sarjeta um jovem.
Em seu olhar vago , desilusão.
Estava recostado a grande pedra.
A espera do nada ,horizonte vago.
Eu vi em sua jovialidade , busca.
Vi a dor do pai que perdeu um filho.
Vi o coração da mãe, em desatino.
Vi o avesso dos sonhos de mãe e pai .
Do seu lado um cachimbo apagado .
Nos seus olhos opaco ,uma nuvem.
No seu peito arfante , um grito preso.
Grito de derrota , de forças tolhidas.
Eu vi a inquietação das mãos ,buscando,
no fundo do bolso seu algoz, sórdida pedra.
Vi o cachimbo acender , a fumaça subir,
A cada tragada, alma e matéria degradavam-se.
EU vi na sarjeta um jovem em busca do nada .
Vi a devastação da família,e da sociedade.
Vi a desilusão do pai e da mãe, de mãos atadas .
Vi um caminho , e um caminhar sem retorno,
na face e no olhar sem destino de um jovem.