TEU DESPREZO

Noto o teu desprezo e tento disfarçar.

O que importa a dor? Não devo ficar triste.

Sei que Deus só quer minha fé provar.

Por isso me deleito na paz que em mim existe.

Noto o teu desprezo, entrego ao Senhor.

Somente minhas lágrimas aquecem o meu ser.

Entrego a meu Deus toda minha dor.

Pois sei que Ele é fiel. Não vou desfalecer!

Noto o teu desprezo, tua falta de amor.

E vejo como fui cego em deixar-me tapear,

Em querer ver virtude onde existe só rancor.

E hoje choro oculto, não querendo acreditar.

Noto o teu egoísmo, tua ira, tua ambição,

Teu jeito dissimulado, até em me falar.

Noto tua vontade em querer me ver no chão.

E até o teu desejo de querer me condenar.

Noto o teu desprezo, enfim, entrego a Deus,

E rogo mui contrito com esperança em Jesus.

Que Ele te renove e mude os atos teus,

E que em ti resplandeça dos céus divina luz!

Noto o teu desprezo, porém, vou esperar.

Que Cristo responda as minhas orações.

Hoje já não posso me desesperar.

Porque eu tenho agora divinas convicções!

Enfim... Olho com pesar e muita compaixão,

O limite que chegaram seu ódio, seu rancor.

E sofro ao pensar em tua opressão.

E mais uma vez rogo a Deus em teu favor!

Noto minha tristeza que evitar não consegui.

Enxugo minhas lágrimas para ninguém perceber.

Este sofrimento que não pude impedir.

Pela grande decepção que tive com você!

Quarta - feira, 22 de maio de 2002 – 16h08min

“JAMAIS CONFUNDA O POETA COM A SUA OBRA”

(POPE - 1688 - 1744)" - Epistola II -