VIVER POR VIVER

Numa das janelas da alma

Deixei um sonho sair.

Abri espaço ao duelo da vida,

Que de fato existe.

E a existência se fez...

Numa moldura de pedra,

Onde a cada dia

Acreditei,

Que polir é transformar,

Moldar,

É lapidar.

Mas com o tempo

A forma se perdeu.

Nem áspero, nem brilho,

Lógico como o fim das palavras.

Em outras janelas da alma

Permiti ao vento n’outro tempo,

Que desvendasse na existência da vida,

Ou que descobrisse no romper da luz do dia,

Que o sonho ainda existe

Mas este, abandonou a moldura

E despiu a fantasia.

Apenas reluz

Ou se conforma

Com as nuances da estrada percorrida.

Vem dizer aos sonhos

Que viver por viver

É aos poucos,

lentamente

Deixar de amar.

Sandra Sampaio
Enviado por Sandra Sampaio em 13/12/2012
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