VIVER POR VIVER
Numa das janelas da alma
Deixei um sonho sair.
Abri espaço ao duelo da vida,
Que de fato existe.
E a existência se fez...
Numa moldura de pedra,
Onde a cada dia
Acreditei,
Que polir é transformar,
Moldar,
É lapidar.
Mas com o tempo
A forma se perdeu.
Nem áspero, nem brilho,
Lógico como o fim das palavras.
Em outras janelas da alma
Permiti ao vento n’outro tempo,
Que desvendasse na existência da vida,
Ou que descobrisse no romper da luz do dia,
Que o sonho ainda existe
Mas este, abandonou a moldura
E despiu a fantasia.
Apenas reluz
Ou se conforma
Com as nuances da estrada percorrida.
Vem dizer aos sonhos
Que viver por viver
É aos poucos,
lentamente
Deixar de amar.