Joia rara

Joia rara

Jamais me perdoarei pela cegueira

Com que te fitei por tantos dias;

Meu Deus, teus olhos te expunham inteira

Meiga, linda e de amor explodia!

E eu alheio nada via.

Agora que minha insensata idiotia

Elevou, entre nós, intransponíveis muralhas;

Deus meu, vejo quanto és joia rara!

Triste, tenho-te apenas na fotografia.

E minha vida sem ti, é sem valia.

Teus traços lúdicos de princesa

Adornada na beleza desta amarela flor

Como a espargir com todas as letras

Que era meu o teu gracioso amor,

E eu todo tempo distante.

De todo sentimento teu por mim

Quase nada mais resta, exceto teu retrato;

Enquanto aqui dentro a desilusão do fim

Tange meu universo com um tom opaco,

Em contraste com tua imagem extasiante.