Sonhos Despedaçados

Abre-se a cabeça,

Desejando introjetar,

Algo que esqueça,

É preciso continuar.

O mundo do “faz de conta”,

Deixa de ter sentido,

Aparecem as famigeradas contas,

Assim, ficamos crescidos.

A busca cessa,

A infantil doçura,

Morre com pressa,

Sobram as amarguras.

O castelo da praia,

Onde realizávamos,

Cede à força da falha,

Como eternos azarados.

Os olhos perdem a magia,

Por conta dos dissabores,

Nasce a perfídia com a malícia,

Reclama-se das diárias dores.

A esperança murcha,

Feito uma flor morrendo,

Tocamos o real com luvas,

O medo do estar envelhecendo.

Reduzidos ao pó,

Antes do corpo,

Que enterrado só,

Terá o último sopro.

Pedimos por qualquer coisa,

Feito pedintes miseráveis,

Que se culpam pelas escolhas,

Com arrependimentos detestáveis.

O orgulho arrefece,

Pela apatia da fadiga,

O sujeito se esquece,

Torna-se falsa alegoria.

Tomba diante da derrota,

Que cria para si,

Conformado idiota,

Que se desfaz antes do fim.

Volta para a caverna,

Conformado ao máximo,

Já que sua rebeldia indigesta,

É sentir quando se encara, asco.

Vazio de sonhos,

Com fragmentos de um caos,

Que não diz o que somos,

Mas concebe enquanto maus.

Por fim, o túmulo,

Que é esperado,

Calando-se para o mundo,

Morto, infeliz e sepultado.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 05/03/2013
Código do texto: T4173385
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