Dentro do carro.

 
Dentro do carro, o rádio mudo.
Em vão procuro uma canção.
Clássica, Gospion Samba ou o que.
Uma canção que lembra você.
 
 
Para acalmar meu coração.
Ele não bate, só apanha.
Como é possível, coisa estranha.
Até a pouco só alegria...
Era só eu e a fantasia.
Porque ainda não a conhecia.
 
 
Você chegou bem de mansinho.
Me afagou, fez um carinho.
Elogiou, fez um denguinho.
E acabou fazendo ninho.
 
 
Eu era um jovem muito sozinho.
A procurava, dava um jeitinho.
Para um contacto, um alozinho.
 
 
E o que seria uma brincadeira.
Um quase nada, uma besteira.
De repente um furacão.
Que nos colheu de sopetão.
Calando forte no coração.
 
 
Amor loucura, fogo, paixão.
Como um carro na contra mão.
Dois desvairados, doce ilusão.
Se devorando como glutão.
 
 
Como uma fera que se sacia.
Ela mudou, tornou-se fria.
Não me aceitava, ficou esguia.
Ficando claro, não me queira.
 
 
Enfim o obvio aconteceu.
Ela foi embora, fiquei só eu.
Mas meu amor sobreviveu.
 
 
Um dia a vi toda feliz.
Cumprimentou, retribui.
Quis conversar, não consegui.
Virei às costas saí dali.
 
 
Ficou bem clara sua intenção.
Possuir de novo meu coração.
Mas nada disso aconteceu.
Não conseguiu, pois já era seu.
 
 
Mas já sofri por uma vez.
Sofro ainda o mal que fez.
O que não posso é perdoar.
Você pecou, tem que pagar
 
 
OripêMachado.
Veneno de Cobra.
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 19/03/2013
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