Olhos Vigilantes
Talvez o que eu não quero são olhos que me ofusquem
Nem olhos que penetrem-me sem que eu permita
Talvez eu não queira olhos pra me deter
Nem olhos que me enfeiticem e me fazem desejar
Olhos que me prendem os olhos
Olhos que me regulam os olhares
Olhos que me tomam sem razão
E com razão, olhos que me abandonam
Olhos desejosos e sedutores
Trocados aos risonhos e cintilantes esmeraldados
Olhos falantes silenciosos
Gritantes e incomodantes assombrosos
Olhos que me despertam pela manhã
Vagam pela mente livremente
Seguem meus passos durante o dia
Vigilantes
Viajantes
Talvez o que eu não quero são os olhos
De quem tanto quis desejar os olhares
Talvez eu não os queira mais sobre mim
Ou até mesmo sobre meus passos descompassados
Olhos vigilantes
Viajantes
Sigam outros olhares, pois os meus já se despediram.