O último sopro

Vem das profundezas das entranhas

O último desejo que arranha a alma

Que faz implorar um amor por inteiro

Que faz desejar que seja o verdadeiro

Vem lá do fundo das entranhas

Bem ao pé das montanhas de sonhos

Uma paisagem em terras áridas

Um desejo da boca tão ávida

Numa precipitação pelas águas de março

Nas entranhas do meu ser

O tempo que faz chover e o desejo faz crescer

Como um livro que foi autografado

Um poema inacabado ainda por acontecer

Ou simplesmente ser moldado

Num lindo papel machê

Se fazendo de enfeite aprimorando a lembrança

Alimentando a esperança que sempre vai ser

Que faz matar de fome a sede de você

Assim sinto o amor que vem e que vai

Nos lampejos de fagulhas renego

Nos delírios das estrelas me entrego

Nos lábios nossos segredos

Nos beijos laços e medos

O último sopro que vem do coração

Almas inquietas que respiram ilusão

Desejos de felicidade

Vontades e sagacidades fazem junção

A razão desfazendo a emoção.