DÊ-ME

Dê-me.

Dê-me um só segundo, ou então, dê-me asas e mostrarei como se voa.

Dê-me a liberdade da alma, a alegria de não conhecer a tristeza, a sabedoria de não me permitir a solidão.

Dê-me um pouco de céu, de mar, de ar e buscarei por sabores, essências e sensações.

Dê-me um dia, ou dois para eu ser o que nunca fui, ou nunca ser o que sou.

Deixe-me como se nada eu fosse, pois nada sou.

A não ser vento sem direção, água sem calmaria, árvores que se contorcem, implosão de minhas emoções.

Sou a flor que não nasceu, ou a flor que já morreu.

Sou a alma esmagada.

Sou ser, sem nada ser.

Pena não ser o que quis.

Mar em fúria, chuva forte, relâmpago ou trovão.

Não há nada de candura nessa minha vida dura,

de verdades doídas e de mentiras desmedidas.

Dê-me.

Dê-me um mundo meu.

Sem mim, sem ti, sem ninguém.

Pegaria um pouco que fosse,

do tanto de sonhos que guardei,

e guardaria em mim...

Girassóis.

GILCÉA
Enviado por GILCÉA em 26/05/2013
Código do texto: T4310162
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