CORREDOR DA MORTE

Todos os dias
Procuro o jardim do Éden
Para observar flores apaixonadas
Sentir o perfume do adeus

Se as palavras não incomodam
Então não é poesia
O poeta cria o laço
Para capturar o impossível

Tento escrever
Mas a dor
Amarrou minhas mãos
A chama espreita por debaixo da porta

Então fecho os olhos
Liberto o espírito
E sonho com outras vidas
As sombras gritam mais alto

A chuva cai
O trem parte
O avião voa
As andorinhas rodopiam

Viver o verão
Ouvir o vento do deserto
O futuro não existe
Céu sobre a alma

Uma folha de papel
Uma caneta azul
O resto simplesmente acontece
Se for preciso...

Carlos Assis
(poema dedicado a minha almofada)
FOTO DE FERNANDO FIGUEREDO

carlos assis
Enviado por carlos assis em 01/04/2007
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