PANEM ET CIRCENSES
PANEM ET CIRCENSES
Lá vão os manifestantes,
No planalto
Os infames petulantes
Esquecidos do asfalto
Cegos, surdos, mudos
Em seus palácios
Protegidos por escudos
Escrevendo o epitáfio
Epitáfio de um povo
Nada de novo
Há muito escrevem
Não muito bem
Nas lápides
Nada de Descartes
Nada cartesiano aos seus
Julgam-se eles Deus
Ao povo arenas
Internamente com belas cenas
Fora, polegares pra baixo
Um povo cabisbaixo
Pão e encenação
Muitos são os Vespasianos
Mais ainda os marcianos
Que acreditam na encenação
E assim seguem os ritos
Vez por outra um grito
Mas na maior parte do tempo
Hirtos
Aguardando o segundo tempo