Sem título
Estou quase pedindo licença para que eu possa me retirar .
Nessa bagunça de minha vida, perco mais que sapatos e canetas.
Perco meu passado e meu presente se desfaz num presságio do que será o futuro.
Hoje sou profissional de causas quase perdidas. Me derreto e me entretenho em dormir.
Meu amor dormiu no ponto e quando acordou, achou um bilhetinho escrito meu.
Um bilhetinho no qual peço essa licença para sair.
Então minha partida de algum lugar já está anunciada.
As lascas do meu coração estão espalhadas no meu guarda-roupa-livros. Jamais poderei
Juntá-las e reconstituir o que tenho de estraçalhado em meu peito.
Pausa e respira.
Por que não há mais ninguém aqui.
L.G.A. ( 21/10/2013)