Meu vício

Dentre os vícios da alma,

Que de tantos me aferra

És aquele que nos ser sobeja.

Porquê descansa em ti a calma?

Fica a noite que jamais se encerra

E vejo-te, ainda que não me vejas.

E se me é vida este mal que padeço,

Desventurado riso tétrico que feneço

Não me será de toda a vida esquecimento

És vício, donde não se dá contentamento.

Se minto, não há amar naquilo que esqueço

Será um poema que entre os dedos aqueço

E ficas, vício, talhado a cada momento

Meu vício, vício de amar o sofrimento.

A duras penas vai-se a alma estagnando,

Naquilo que me é vício...

Morre a falta, agonizando.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 25/04/2007
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