LONGE DEMAIS...

Do amor,
apenas a sombra ficou.
No adeus,
fagulhas de uma vida
que se apagou.


No findar dos momentos,
sentimentos de vidro
e palavras de ventos.


Na solidão,
sonhos adormecidos
nas ruínas do meu eu.


Do tempo,
o medo que a ilusão
morra no esquecimento...

 
Que a emoção ressentida
não mais torne a fluir,
tornando-me embrutecida.


Que a saudade se despeça,
a lágrima enfim seque,
deixando rude o coração
tal como um chão infértil.


Que em meu interior
me encarcere,
qual folha inerte
num outono que não fenece...


Da vida,
não soube a semente cultivar,
sobraram-me as feridas
numa alma tão cansada,

envolta no manto da solidão,
perdida entre penumbras e prantos,
longe demais para saber voltar...

30/01/2007

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 26/04/2007
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T464471