NÔMADE

Em teus descuidos, discursos

Palavras me ferem ouvidos

Grita, a alma surrada de dores

E os nossos valores carregarei comigo

Em nosso passado, amores,

Que viraram mágoa, que viraram água,

Água amarga e quente,

Embriaga a alma e corrói a mente.

Em tuas estradas, ciladas

Caminhos que pensava distantes

Fria, a alma congela em seu pranto

A mais linda fogueira que pensei, não morria

Em tua boca, agora, o amor às avessas,

Abre-se em mim a trilha vazia das incertezas.

Só, sem rumo, sem atalho, me perco e me embaralho,

Num labirinto onde não há paredes, nem saídas.

Em meu coração que entristece, a força do desassossego

Todo o infinito da ânsia, todo o inferno do medo

Perco-me nas minhas madrugadas, vago pelos meus vilarejos

Lugares de intensa solidão, solidão que bem sei, não mereço

Junção poética, parcerias melancólicas : Curitiba - São Paulo

POLAK / ROSA