METAMORFOSE FUNESTA

Falo já não ouves,

Sorrindo apenas um amigo,

Chorando inconveniente

Ao teu silêncio prazeroso.

Como as rosas beijos espinhosos

Tocar-te ofensas a nós...

Perdido em tua indiferença

Busca o teu olhar o meu

Deparando com o ígneo

Brilho flamante consumindo

Esperanças sucumbentes...

Sangra inerte o coração

Em peito dilacerado

Cujo ritmo decadente

Pouco a pouco perde o compasso.

A outrora pujante lira exacerbada

Emudecida rasteja desolada

Em busca de acalanto.

A fonte hídrica transparente

Agora opaca lápide descansa

Sobre a lembrança de um amor

Que já não é o que foi,

Enquanto vive a morte

A vida de quem já não vive...

Mestrekamel
Enviado por Mestrekamel em 20/01/2014
Código do texto: T4657787
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