Confuso demais

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Estou confuso, confuso demais.

O que fiz dessa vez?

Por que minhas letras gritam?

Sensação de impotência que sufoca...

Jogarei tudo para o alto e seguirei.

Coloque-se no meu lugar, poderia?

Preocupa-se tanto com as pessoas.

Não me entende, entretanto.

Nunca percebeu minha angustiante espera?

Depender de tudo, não poder fazer nada;

não posso fazer nada, além de esperar...

Esperar.

Esperar.

Esperar – sem espernear.

Até quando?

Não há nada de concreto;

nada que me faça sentir que posso estar perto.

Não toca no assunto e,

quando falo, ou se chateia, ou desconversa.

Que amor é esse que exige estar longe?

Que amor é esse que foge do contato?

Que amor é esse que desconfia de tudo?

Que amor é esse que se angustia com a possibilidade do encontro?

Diz!

Quem ama quer estar perto.

Quem ama quer o sabor do beijo.

Quem ama acredita!

Quem ama sente frio quando pensa estar a dois.

Quem ama se angustia com a distância e não com a proximidade.

Explique que amor é esse?

Não entendo o seu modo de gostar.

Sempre amou assim, fugindo?

Sempre buscou se aproximar, evitando?

Pior que isso, desconversando.

Esperar. Ter paciência... Até quando?

Existem, dentro de nós, lutas diferentes.

É fácil jogar responsabilidades.

‘Se não quer esperar, desista!’

Muito fácil!

Nunca ouvi nada do tipo:

‘Eu quero! Vamos tentar!’

Nunca!

O que me fulmina é sempre isso:

‘Não pode esperar, desista! Não quer mais, vá embora!'

Nunca pede para que fique.

Nunca dá esperança.

É inútil tentar uma resposta.

Aprendeu apenas a mandar ir embora, a partir.

‘Se não puder esperar’.

Quer que espere a vida inteira, não é?

Tudo bem, cuidado com o trânsito...

Outro dia a gente se fala.

Bons sonhos!

Iguatu-CE, 4 de fevereiro de 2014.

22h05min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 05/02/2014
Reeditado em 05/02/2014
Código do texto: T4678501
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