SOL E PENEIRA ( PSICODRAMA - A GEOMETRIA DO ACASO PREVISTO )

Triângulo amoroso,

ângulo sutil imposto,

bissetriz sem rosto, posto,

puro corpo, ela aquela, vírus,

contaminando por papéis sofridos.

Astuta Electra escancarada,

corpo compacto, fundo farsa,

doença crônica, abstrata, falsa garra,

pirraças fraudulentas compêndio médico,

universo do mais puro visceral complexo.

Espaço vital, cegueira,

rotulada em todas as fronteiras,

rastro passaporte carimbado nas ilusões,

crasso sentimentalismo, overdose das paixões,

oriundo de consórcio paternal muito mal resolvido,

crivo vivo, limbo ancestral infeliz, nunca assumido.

Tátil, frágil,

menina perturbada,

hoje mulher escaneada,

amante usurpando para ser amada,

pura tática, fera ácida, colos sexualizados,

muamba tácita aportando em todos os cais,

coletânea sadomasoquista, cada homem provável pai.

Perturbadora conjugação,

fazendo de tudo para agradar,

multidão do agora pode, quem sabe,

farta vernissage, farra dos lugares,

ofegante medo neurótico da rejeição.

Coração adoentado,

ponto obrigatório marcado,

nas rusgas das paixões proibidas,

com fendas abissais, personalidade cindida,

da criança que não venceu, comprimida, mal parida.

Não se apercebendo,

tanto quanto possa agredir,

múltiplos cacos, vaso quebrado,

nova rota de necessários espaços,

pressão de antigos usuários, optando por fugir.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 02/05/2007
Reeditado em 03/05/2007
Código do texto: T472467
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