Que dor é esta?

Que dor é esta que, indiscreta,

fere meu peito?

Que dor é esta que me afeta,

que me desespera

e me faz menos eu?

De onde veio?

Qual sua origem,

se antes nosso encontro

era delícia, prazer e beleza?

De onde sua amarga crueza?

De onde sua natureza maléfica?

Por que esta escuridão infinita,

se antes era luz,

era gozo, era vida?

Por que tudo isto?

Por que este tumulto

de gentes desconhecidas

a nos frequentar,

se antes era apenas

você e eu?