O baú dos sonhos perdidos.

Quando o inverno chegou

e os ventos começaram

a uivar nas frestas da casa antiga,

mais uma vez cansou da vida,

mais uma vez desencantou

de ilusões precariamente tecidas...

era tão tênue o sonhar...

fugaz era ser feliz.

mágoas já não cabiam

nos espaços siderais

da alma cansada...

viver doía a cada respiração...

maltrapilha e maltratada,

arrastou-se até o baú de sonhos guardados.

algum serviria de acalanto...

revirou seus tesouros sem vontade e

sem esperança,

lavando os sonhos com

as lágrimas redentoras...

quando a esperança dobrava a esquina,

ele apareceu

tímido e ousado.

vestiu o manto dos desesperados,

o escudo contra toda a dor,

e toda a desesperança...

era tecido com

a dor acumulada.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 23/04/2014
Código do texto: T4780146
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