Depois das 22
São 22 horas e trinta minutos.
Tudo é estranho e está escuro.
A rua está deserta e faz frio.
E eu não quero chegar em casa agora.
Caminho sem rumo e sem direção.
Com medo do perigo, buscando emoção.
Sentindo os perfumes noturnos.
E o vazio que a tua falta me trouxe.
Passo em tua casa e olho pra porta.
Sinto-me rejeitado e sento na calçada.
Penso em mil idéias,
E descarto mil e uma.
Pego um tijolo que encontrei na calçada.
O parto no meio ao jogá-lo no chão.
E escrevo no asfalto toda uma música.
Só pra chamar tua atenção.
Noite de estrelas e eu a vagar.
Passeio nas ruas tentando me distrair.
Retorno pra casa e durmo,
Acordo com uma ligação.
Não escuto a tua voz, ouço a tua respiração.
Você depois me fala que chegou a se emocionar,
Que até soluçou...
E encerara dizendo que o amor não é tudo.