O Ventre da Mulher Amada

Toda luz ilumina a imundície

O ventre da mulher amada em renovação combustiva

O gênio do homem corrupto numa manhã infrutífera

São descargas que inundam uma descendência mal planejada

E eu em ruas alagadas, coberto de lama e ofertado ao vento

Um sacrifício ininterrupto, sem profundidade e incoerente

Jovem velho, em franca decadência, e que agora se embriaga

Com o mesmo karma que matara suas filhas

Poluição sonora, buzinas histéricas, inversão térmica, vales

Da ciência abastada, sem nexo ou proporção, de novo o ventre da mulher amada

Motores de navio trituram os porcos, as galinhas se iludem ao sol

Derramando lágrimas de amor trágico, demasiada humana para expressar sua dor

De camisola em senzalas modernas, pobres e ligeiras

Eufemismos satânicos por aqui, ouçam estrelas sádicas, o que querem de nós?

Tarde demais, velho demais para acalentar-se no ventre da mulher amada

Postulava o ódio eterno, uma criança revolucionária com os lobos possessos

Abaixe-se, se curve ao destempero, ramificações gravitacionais, maquiagem descentrada, machadadas!

Uma de minhas filhas ainda vive, retalhando a própria pele com a louça da boneca anciã

O amor não é sucesso!

Você odeia o ventre da mulher amada...

Advertendo: "A terra caminha para o abismo", os olhos vermelhos dos vegetarianos

Transpiram o escárnio da infâmia

Nas entrelinhas me compreendo, no banco da praça, o palhaço avista a palhaça

Mas ainda não chegou seu número, o que se pode fazer?

Enfermidade, sedes pacientes, tua energia transcende o leito de hospitais

São só o ensaio da banda armada, o tempo são maldições dando risadas

Te condenando pelo ventre da mulher amada

Os redatores perdem gordura, óleo de mamonas rústicas e estapafúrdias

Amazônia em chamas não nos preocupa, porque o toque é o signo da mentira

Então toquei os seios dos moluscos, que se contorcem como anelídeos hipocondríacos...

É manhã, e a matemática lhe assalta, repita em voz alta: carne fraca, caminha sem patas

Alucinações: O ventre da mulher amada

Larvas...não me perdoem, nimguém se importa!

Exibição Atrocida
Enviado por Exibição Atrocida em 12/05/2007
Reeditado em 12/05/2007
Código do texto: T484135