Fuga

Venho fugindo de meu passado como o diabo da cruz.

E ele teima em me atormentar.

À noite, em especial.

Enquanto todos dormem, eu me questiono.

Questiono porque me importo, ainda.

Se não se importa, nunca se importou!

Procuro as melhores respostas, mas nada!

Nem respostas, nem compreensão.

No fundo, sei que jamais compreenderei.

Talvez tenha sido mero questionamento bobo meu.

Só meu.

Passível a gargalhadas suas.

Coisa de gente que ainda acredita...

Acredita em que, mesmo?

Talvez eu creia demais na reciprocidade.

Quando ela nem exista todo o tempo.

Vivo fugindo do passado.

Como fujo das lembranças que teimam estar aqui.

Fecho meus olhos, rezo e espero.

Que Deus me perdoe.

Que eu consiga acordar, sem me lembrar de seu rosto.

Que eu respire fundo e ecoe:

“Enfim, libertei-me!”...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 15/06/2014
Código do texto: T4845395
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.