Na goela... A dúvida!

Pode ecoar ao mundo sua felicidade.

Mas, enquanto meu coração não sentir verdadeiramente sua afirmação,

Seu eco me soará todo falso.

Impossível ter esquecido os pequenos detalhes!

Impossível ter deixado o tempo levar meu olhar abrilhantado de sua memória.

Não creio nesse poder.

Nessa falta de memória e carinho.

Conheci um pouco de su’alma.

E jamais poderia acreditar nessa falta toda.

De uma simplicidade exacerbada,

Que talvez isso nos afastado.

Sempre fui diferente.

Sempre gostei do ar refinado da vida.

E você, não.

Um teto mal acabado e uns trocados lhe eram suficiente.

Diferente a mim.

Não me vejo luxuosa, veja bem!

Contudo, não é uma cabana mal construída que me encanta!

E talvez tenha sido isso a nos afastar.

Destinadamente.

Dizem que cada coisa tem seu quê de ajuste.

E, por mais que eu tenha quisto ajustá-lo à minha órbita,

Não foi bem isso que houvera.

Você foi simples demais para a ocasião.

Foi pequenino demais e sem embrulho.

Veio doce, quase ursinho.

E foi embora da mesma forma.

Com aquele brilho no olhar de paralisar.

E aquele sorriso enigmático na face.

Sempre fora assim.

E assim será.

Jamais chegarei até você.

Jamais ultrapassarei sua barreira de energia.

Jamais penetrarei em seus pensamentos.

A distância que nos segue é enorme demais...

Quase intergaláctica!

Talvez seja melhor assim.

Talvez eu aprenda a lhe sentir menos, em dias de choro na goela.

Embora não creia no seu esquecimento todo.

O destino se incumbiu certeiro ao lhe tirar de mim.

Não sei se o agradeço.

Se lhe desejo felicidades.

Ou se sento naquela cadeira, no fundo do quintal,

E martelo o restinho das boas recordações que teimam em estar aqui, vez ou outra.

Um dia saberei a resposta.

E me porei a contemplá-la, por ter sido a mais acertada alternativa.

Ou não.

Quem sabe?

Eu não sei.

Você não me deixa saber...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 15/06/2014
Código do texto: T4845419
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