HOMELESS

Anoiteceu no rosto do homem esquecido

Seus olhos ofuscam a dor da ilusão calcinada

A sua alma é metástase de indiferença

Retratos do abandono e vida desfigurada

Neste mar, a nau dos indefesos zarpa

Diariamente sem rumo em busca do nada

Levando a bordo a dor e a desesperança

E um universo de almas destroçadas

Os sinos se calam dentro de nós

A sorte morreu, tudo a eles é negação

Na terra a misericórdia parece banida

Dos céus nenhum sinal de redenção

Homens que se arrastam atrás da vida

Calando os mitos da fraternidade e perdão

Como permitimos tanta infâmia e covardia

Acontecendo dentro do nosso coração?

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 13/05/2007
Reeditado em 06/08/2014
Código do texto: T485424
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