NOITE SEM FIM
Toca o relógio da sala a meia noite,
E eu desperto não sei como dormir,
Viro-me na cama para os dois lados,
E o sono teima assim de mim fugir.
Penso em tanta coisa, não adormeço,
Desenho na minha mente os poemas
Que inspirado irei escrever de manhã,
Mal o sol me levante da minha cama.
Passo a noite em branco, sonho então
De olhos abertos com a minha amada,
Esperando vê-la chegar e beijar-me,
Num momento por mim tão desejado.
Desespero, esse momento não aparece,
Passam-se os segundos, minutos e horas,
O meu amor surpreende e me entristece,
Fico sem saber se o defeito é assim meu.
Quando venho à realidade, percebo então,
Que não há amor nem amada, é uma visão
Do poeta que finge ter um hipotético amor,
Que faz sofrer de tão grande mal e de dor.
Ruy Serrano – 25.12.2014, às 22:50 H