ENFADADO

Perdido

por entre clausuras

no escuro vazio

do mais entranhado de dentro de si;

pesadas revoltas, derrotas

empedram-lhe ações

atando esperança em esfera de chumbo.

Não há movimento

e nem colorido,

tampouco respira

sequer um alento de brisa;

apenas silêncio

e um nada lotado de obesa amargura.

Sem luz de amanhãs e sentidos,

vegeta o enfadado cativo

que um dia deixou-se domar ao açoite

do medo.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 19/01/2015
Reeditado em 19/01/2015
Código do texto: T5107087
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